sábado, 6 de outubro de 2012

PLÁGIO? " MINHA VIDA SEM MIM" X " 'TUDO O QUE DESEJAMOS'



Dois filmes realmente marcantes. Sem pieguices pela tragedia que contam. Entre eles, uma distância de oito anos.
Nancy Kincaid, é uma escritora americana que, entre outras obras, escreveu, em 1987, o livro “Pretending the bed is a raft” (Fazendo de conta que a cama é uma jangada) de onde a diretora de cinema Catalã, Isabel Coixet extraiu o tema do filme de 2003, “Minha Vida sem mim” tendo ela mesmo elaborado o roteiro.
Emmanuel Carrére, é um escritor francês, bastante conhecido, que escreveu em 2009, o livro “D'autres vies que la mienne” (Vidas outras que não a minha) de onde ele mesmo elaborou o roteiro do filme “Tudo o que desejamos” dirigido por Philippe Loiret em 2011.
As histórias são idênticas em 95% dos detalhes.
As duas protagonistas são jovens, ambas descobrem ter pouco tempo de vida por uma doença já terminal, ambas recusam o tratamento inútil.
As duas são casadas e tem dois filhos pequenos. As duas tem marido provisoriamente sem emprego. As duas tem uma mãe de difícil relacionamento.
Uma acaba tendo um caso extra-conjugal e adianta-se em procurar outra mulher que possa satisfatoriamente substitui-la tanto com os filhos como com o marido, e sua preocupação maior é deixar fitas gravadas para que as filhas não a esqueçam.
A segunda age exatamente da mesma forma só que sua maior preocupação é conseguir, com a ajuda de um colega também advogado e juiz, ( um rerlacionamento platonicamente amoroso é apenas esboçado) que leis sejam mudadas em defesa do consumidor.
Atenção: Em nenhum dos dois filmes os planos que as protagonistas seguem, nos levam a sentimentalismos baratos, pieguices ou estímulos lagrimais.
Os dois tem muita classe: assinatura autoral de grife.
Coixet, como cineasta, tem um currículo respeitável, tendo nos brindado com filmes do calibre de “Vida secreta das palavras “ em 2005, um capítulo marcante em “Paris Je t'aime” de 2006, e, com “Fatal” de 2009, uma versão arrebatadora da obra de Philip Roth “The dying animal”
Loiret, é um cineasta de boa produção, não sei quantos de seus filmes passaram por aqui, mas só consegui lembrar-me de um que foi realmente inesquecível por ser  curto, simples, carinhoso, mas super bem desenvolvido até visualmente, que se chamou “La lectrice” creio de 1989.
Não sou autoridade em assuntos cinematográficos, nem tenho a possibilidade de ler TODAS as resenhas de todos os filmes que aparecem, mas fiquei surpresa que, em nenhuma das resenhas publicadas a que tive acesso, sobre o merecidamente elogiado “Tudo o que desejamos”, ninguém fez referencia a “Uma vida sem mim”. E portanto a semelhança é brutal em tudo. Até na alta categoria em que os dois filmes foram classificados quando entraram no mercado.
Então?



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