quarta-feira, 10 de agosto de 2011

FABÍOLA, Prazer em Conhecer

Ela surgiu num curso que não curti. Um professor monologuista (se não existe acabei de inventar...) impositivo e raramente aberto à discussão, por pouco não me tirou do sério mais do que uma vez, colocando nos pincéis de Antonello da Messina uma metáfora só para justificar sua própria interpretação de luz difusa, e confundindo plágio com emulação, em detrimento de um criativo e inigualável Rauschenber.
Assim mesmo ou, quem sabe justamente por isso, Fabíola foi um achado em minha vida escolar. Digo "escolar" pois aos quase oitenta anos frequento os cursos que me colocam no meio de gente, na grande maioria jovem e interessante, o que me serve de espelho para uma atualidade que não posso me deixar escapar! Essa moça, que durante algumas aulas me passou quase desapercebida apesar do capelo impetuoso e das lentes intelectuais, foi quem escolhi naquele dia por ímpeto próprio, para um trabalho de "encontro".
E sim, foi um achado.
Mulher viva, tecnologicamente antenada à vida, a um trabalho criativo,à modernidade, ao futuro. E linda. Como uma mulher de hoje deve ser linda: simples, comunicativa, exemplarmente e pacatamente atenta aos detalhes das frases (não fosse ela jornalista) e das imagens que suas frases criam. E tem beleza também interior, voltada às necessidades da humanidade presente e futura, de alimentação sã e natural (não fosse ela também dieteta), e olhar tranquilo sobre o caos urbano. Será eventualmente uma mãe pra lá de compreensiva, estimulante e pronta a crescer, em todos os sentidos, com suas crias.
Um pontinho negro - que ela mesma apresentou, reminiscente de sua criação quase abandonada num internato - a fez crescer tanto e tão bem por mérito próprio que sua vida, apesar de árdua (sei que batalha duramente e com afinco) já é, e será, em tecnicolor.
O arcoiris que a sorte colocou em meu caminho numa sala barulhenta e na penumbra de um terraço. Lá naquela velha, cinzenta mas linda e orgulhosa Casa das Rosas.

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