Produção: USA 2013
Direção:
Martin Scorsese
Cast:
Leonardo de Caprio, Jonah Hill et alia
Um filme
muito bom. Provavelmente ganhador de diversos Oscars, grandes
bilheterias, aplausos, risos e muitas platéias.
A dupla
Scorsese-Di Caprio é a combinação de dois dos maiores gênios da
atualidade: Um diretor meticuloso, exigente, imperativo - mesmo que
frequentemente prolixo – e um ator que já é um “intérprete”
por excelência. Vê-los juntos deve ser impactante: um senhor
pequeno, quase anão se ao lado de um gigante imponente e atlético
de apenas quarenta anos. O primeiro já há tempos “enfant
terrible” do mundo cinematográfico, o segundo um ator que já
entrou para o escalão dos indiscutíveis “grandes”, daqueles
cuja vida pessoal é respeitada e desconhecida: os De Niro, os
Pacinos e quem sabe, um dia, os Hanks quando o Tom conseguir se
livrar do perpétuo ar de bom moço, passando para personagens
contestadores e contestados.
As
malversações das Bolsas, das corretoras, das crises econômicas,
das fortunas astronômicas e das falências precipitosas no mundo
financeiro de Nova York, são trazidas através da vida de Jordan
Belfort, em que o filme é baseado. Enquanto comissões vicejam, as
finanças estão sendo levadas para a lixeira, mas riquezas, festas
orgiásticas, drogas e irresponsabilidades dançam freneticamente. É
tudo verdade, foi tudo verdade, e há as inevitáveis intervenções
policiais que parecem terminar com a festa: centenas de subordinados
na rua da amargura e o grande culpado safa-se com pouca expiação
ganhando daí em diante dinheiro – e muita admiração –
palestrando sobre o “como” convencer as pessoas a cair na lábia
de poucos. “Venda-me esta caneta”. O chavão que parece a porta
para uma carreira.
Interessante a curta inclusão de Matthew McConaughley no começo do filme. O ator, habitualmente de formas físicas atraentes e saudáveis, aparece bronzeado, mas esquálido e macilento apesar de sua "mise en scène" esfuziante. Se a intenção de Scorsese, - que o apresenta como Presidente da Corretora de Bolsa onde Jordan Belford começa sua vida e onde verá o primeiro fracasso do sistema que depois acabará adotando,- foi um alerta de como o novato poderá acabar, faltou o necessário para dar ao filme o que lhe faltou: o amargo de anos de vida desperdiçados.
Interessante a curta inclusão de Matthew McConaughley no começo do filme. O ator, habitualmente de formas físicas atraentes e saudáveis, aparece bronzeado, mas esquálido e macilento apesar de sua "mise en scène" esfuziante. Se a intenção de Scorsese, - que o apresenta como Presidente da Corretora de Bolsa onde Jordan Belford começa sua vida e onde verá o primeiro fracasso do sistema que depois acabará adotando,- foi um alerta de como o novato poderá acabar, faltou o necessário para dar ao filme o que lhe faltou: o amargo de anos de vida desperdiçados.
Um filme
de sucesso, seguramente. Longo demais para mim, alguns momentos que
deveriam ser levados mais a sério pela direção, evitando
incabíveis risadas da platéia, o pathos de muitas vidas fracassadas. Um diálogo inteligente, um ritmo galopante apesar de parêntesis longas demais, uma interpretação
absolutamente magistral.
Entretanto,
saí do cinema sem nada.