Título original:
“August, Osage County”
Produção:
USA 2013
Direção :
John Wells
Cast: Meryl
Streep, Julia Roberts, Juliette Lewis, Julianne Nicholson,
Ewan McGregor, Abigail Breslin, Sam Shepard
Agradecemos ao diretor John Wells por ter deixado a mão mais leve do
que habitualmente, nesse dramalhão sulista muito ao gosto de um
Tennessee Williams ou de um Nelson Rodrigues. Conseguiu isto, antes
de mais nada, por ter levado os personagens um pouco mais
frequentemente ao ar livre tirando-os do habitual e opressivo
“indoor” do gênero. Casa antiga, obscura, repleta de móveis e
recantos sombrios. Segredos e mentiras de uma família que mal se vê
e mal se suporta.
Sobrou para Meryl Streep a carga mais pesada de abrir o tom da
história, e ela o faz com a competência de sempre, apesar de alguns
átimos de canastrice que, em certos momentos até pensei intencional
(mas não...) Os personagens vem sendo delineados lentamente, os
diálogos parecem vagos e só aos poucos começam a fazer sentido,
caminhando para o final onde tudo é revelado como o passar dos
tijolos de mão em mão entre pedreiros. Mentiras, fins escusos,
traições, segredos: tudo embutido numa terra indígena (daí o nome
Osage) onde as estirpes brancas proliferaram sem todavia lhe
pertencer.
Opulent Old South. It's all there.
Filme correto, interpretes corretos, grande público aplaudindo.
Quem pareceu-me ganhar nova vida em seu estrelado é Julia Roberts:
seus momentos de tensão, de confrontação, de perdão, de mágoas,
de surpresas, num semblante rigoroso e introspectivo. Mais do que uma
vez, no seu despojamento físico e psicológico, lembrou-me a Mona
Lisa. Acho sinceramente que este foi seu grande filme, e se puder
assistir, o faça para descobrir nela as qualidades que, ao meu ver,
nenhum outro personagem lhe permitiu desenvolver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário