segunda-feira, 13 de outubro de 2008

TEATRO MUNICIPAL

(Para Neuza, que estimula nossas memórias com as suas)

Majestoso mesmo quando havia bondes passando à sua frente.
Imponente sentinela sobre um vale que chama à serenidade para quem consegue esquecer o barulho do trânsito. À noite, quando iluminado, esbanja suas formas hermoniosas.
Houve tempos em que era iluminado todas as noites, mesmo sem óperas ou concertos.
Houve tempos em que, ao passar em sua frente, eramos instigados a olha-lo e apreciar suas linhas e seus detalhes. Houve tempos em que, além de tudo isto, ele era o panorama arquitetônico e musical que coroava o fim da Rua Barão de Itapetininga que foi reduto, dia e noite, de elegância e intelectualidade. Era lá que desfilava a beleza e a riqueza não só da cidade, mas do próprio País. Era lá que uma Cristine Youfon, talvéz a primeira mulher que alcançou no Brasil notoriedade e respeito como modelo, esbanjava sua beleza e charme orientais, desafiando a classe e a elegância das Marjorie Prado da hora. No meio das boutiques de luxo, confeitarias e casas de chá tinham serviço esmerado e frequentemente pianistas e violinistas a partir das cinco da tarde.
Hoje em volta dele, almoça-se em lanchonetes e bancas improvisadas que vendem pedaços de bolo e café; compra-se de tudo em camelôs, do guarda-chuva ao CD falsificado; passa-se correndo, sem dar-lhe mais tanta importância: a maioria das pessoas nunca entrou no teatro e talvéz nem tenha sua curiosidade aguçada imaginando como seria por dentro.
Mas o Teatro Municipal está aí, firme e bonito, privilegiando os desejos de uns poucos que gostariam de ser músicos, cantores ou bailarinos, de serem ricos o suficiente para ouvir ao vivo a música que agora só recebem por MP3 indo ao trabalho ou voltanbdo dele.
E enquanto houver sonhos, ele estará aí, majestoso e imponente, objeto e miragem de raros desejoss, exalando arte.

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